segunda-feira, 11 de julho de 2011

O que é Sídorme da carne-de-vaca? E PJ Harvey

A primeira vez que ouvi falar sobre a síndrome da carne-de-vaca foi num artigo de música da Veja que falava sobre as pessoas que gostam de artistas por serem desconhecidos do grande público e ovacionados pela critica especializada, perdendo também o interesse quando essas bandas começam a fazer muito sucesso.

Não sei se é de propósito mas normalmente passo pela síndrome da carne-de-vaca quando as bandas que gosto fazem sucesso, pois gosto de bandas que tenham som único e batidas diferentes e normalmente elas se enquadram no “hitsingle” do momento para fazer sucesso, descaracterizando a banda e deixando ela igual a 192.839.058.394 bandas que tocam no radio todos os dias, e ainda soa como se todas tivessem tocando a mesma música.

No cinema também passo por crises de carne-de-vaca quando vejo a 100.000.000 comédia romântica com o mesmo argumento que termina com o garoto reconquistando a gorota mesmo depois de fazer um monte de merda, e a promessa de amor eterno zzzzzzzzzzzzzzzzzzz

Romantismo não é chato, chato é ver a mesma historia com atores diferentes todas as vezes.

Tendo em vista que carne-de-vaca é um termo que se aplica a todos os tipos de arte, resolvi tirar da cartola uma das pessoas que sempre me surpreende com sua excelente qualidade vocal e criatividade:

PJ Harvey

O que mais me surpreende nessa artista é sempre soar a antítese dos álbuns anteriores. Começou a carreira sendo comparado com as musicas grunge norte-americanas mas a cada álbum faz o oposto do que se espera dela. Sempre tratando de temas pesados como no começo da carreira que polemiza o abuso sexual de crianças e mulheres, ou na musica “Down by the water” que conta a historia de uma prostituta que afoga a própria filha na água dando ao expectador raiva e pena da protagonista.

Na realidade o que mais me interessa em suas letras mais densas é a abordagem de temas chocantes, dando a protagonista um misto de culpa e desespero, sentimentos conflitantes e atmosfera sombria.

O álbum que mais ouvi foi “Uh Huh Her” em que ela parece se recuperar da depressão vivida pelo fim do namoro com Nick Cave (também ícone da musica alternativa). Possui varias musicas mais vibrantes, com analogias a sexo, fala de balada e parece ser uma procura por experiências novas e diversão. Prova que ela é surpreendentemente boa fazendo músicas alegres também.

O mais incrível é que no álbum seguinte ela volta à velha morbidez, fazendo seu álbum mais depressivo e lúgubre. Em “White chalk” ela abandona a guitarra e assume um piano e produz um cd conceitual em que cada faixa conta a historia continua de uma garota durante a separação de seus pais na infância, discutindo os sentimentos de impotência e de ser forçado a crescer rapidamente, a paixão adolescente em que o mundo gira em torno do parceiro, uma gravidez não programada, abando, aborto e depressão. Esse CD é uma montanha russa em que você entra num limbo que não há felicidade. GENIAL.


Ela ainda lançou mais dois CDs, “A Woman a Man Walked By” em que volta a trabalhar com John Parish, seu antigo companheiro de banda. Apesar de não achar as músicas ruins nenhuma delas me emocionou como nos CDs citados anteriormente, não desmereço o trabalho mas não me agradou. O ultimo tem o nome de “Let England Shake” só ouvi uma música, me pareceu muito boa mas não ouvi todo o cd para emitir uma opinião.

domingo, 22 de maio de 2011

Bakjwi


                                                        (Br: Sede de Sangue)

Bakjwi, um dos mais interessantes filmes de vampiros que já assisti, autêntico representante de um gênero que vem sendo compulsoriamente massacrado por baboseiras como Crepúsculo, Vampire Diarie,s Twilight, Supernatural, Crepúsculo  True Blood e companhia. Pronto. Comprei briga com a mulherada fanática pelo Edward Cullen. Sinto muito, garotas, mas a vida após a morte não se resume apenas a vampirinhos castos viado ao som de Linkin Park!
Também não pretendo comprar briga com “carolas” de determinadas religiões – especialmente os cristãos. A esses, com todo o meu respeito, aconselho: Meus caros, não levem a arte e a vida tão a sério.
O diretor não tem nenhuma intenção de questionar a conduta dos sacertodes ou a fé que cada um possui – muito menos a existência de milagres - Arte é arte - Ela é feita para vários propósitos, mas especialmente para envolver e surpreender o espectador.
Por isso mesmo, meus caros, talvez ele agrade a poucos, afinal, as pessoas estão tão fartas ou acostumadas à violência que querem ver histórias de vampiros só se elas forem “limpinhas” Logo só dou essa indicação a pessoas que curtem filmes de terror nos quais não falte sangue, violência gratuita, detalhes escatológicos, sequências delirantes e uma boa dose de sensualidade e erotismo. Cinema criativo indicado para poucos.
Se identificou com Bakjwi? Então PÁRA DE LER E VÁ ASSISTIE AO FILME!!!! No caso desta produção, mais do que em outras, quanto menos você sabe sobre a história melhor. Interessei-me pelo filme por seu diretor Park Chan-wook (autor da Trilogia da Vingança formada por Mr. Vingança, Oldboy e Lady Vingança), além de ser indicação do Murilo meu fornecedor de filmes de terror. Mas não li nada a respeito antes. Recomendo que você faça o mesmo – no caso de não tê-lo assistido.
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SPOILER – aviso aos navegantes que boa parte do texto a seguir conta momentos importantes do filme, por isso recomendo que só continue a ler quem já assistiu a Bakjwi







Vai ler assim, mesmo! Não diga que não avisei...







A premissa da obra – ao estilo do diretor - é um tanto quanto bizarra, o querido padre de um pequeno vilarejo, Sang-Hyeon (Song Kang-ho), exausto de rezar a extrema-unção aos católicos que vêm morrer no seu leito. Devotíssimo, mas aberto às "obras de Deus por meio da ciência" busca uma cura para um vírus letal que atinge a região, para isso se torna voluntário de um novo tipo de tratamento, na tentativa acaba precisando urgentemente de uma transfusão sanguínea, acordando posteriormente como um vampiro. A população começa a tratá-lo como santo.
Transtornado por suas novas características, vê em Tae-Ju, sua amiga de infância            - louca para dar - a incorporação de todos os pecados carnais e com ela inicia um louco e sangrento romance.
A genial inconsequência do diretor se estende à sua escolha de simbolismos. Ele não se limita a associar o vinho da missa com o sangue do padre; uma hora Sang-hyeon pega até um espelhinho na mão que, pelo movimento de seus gestos, se assemelha a uma hóstia. Aliás, o vampiro de Chan-wook não tem nada de místico. É um vampirismo essencialmente carnal o de Bakjwi. Como seres carnais, o simbolismo preferido de Chan-wook passa a ser o sexual: flautas fálicas que ejaculam sangue, alicates que simulam felações, mais saliva e som alto quando ela chupa o dedão dele e ele lambe o pé dela. O diretor não mede palavras nem imagens para transformar o seu padre em um vampiro clássico, movido por seus desejos. O hedonismo desenfreado tem um preço caro e, o frágil equilíbrio de outrora, quando Sang-hyeon tomava apenas sangue em tubos de vítimas em coma, vai para o brejo quando ele contamina Tae-joo com a sua maldição. Ela transforma-se em uma sanguessuga insaciável com uma sede infinita, demonstrada, sobretudo à “liberação sexual, pelo sangue e pelo poder” sem nenhum freio moral para escolher as suas vítimas. Se é que existe algum modo certo de escolher quem se deve matar.
Tae-joo me soa até como uma heroína moderna, rompendo com anos de repressão feminina numa luta justa para igualar o placar com um mundo indiferente.

Chan-wook nos faz refletir sobre a nossa capacidade de sermos racionais, esclarecidos, de termos fé, na mesma medida em que somos capazes de termos atitudes irracionais, viscerais, baseadas em nossa natureza animal. Mostrando um padre que vive um constante embate entre tudo o que ele considera correto e cristão.
Interessante como, no final somos convencidos de que o espírito humano e a nossa capacidade de decidir sobre nossos atos, estão sempre acima das nossas necessidades mais básicas ou “animalescas”.
Chan-wook Park segue sempre um estilo próprio, algo raro nos dias de hoje. Preocupando-se em fazer com que cada cena tenha uma justificativa e um significado na história. Gostei, em especial, da mistura que ele faz entre realidade, sentimentos e sensações de seus personagens, como por exemplo, as cenas estritamente sensoriais.
 Para entender melhor o filme é preciso compreender as liberdades poéticas e de criação de seu realizador – no caso o excêntrico Chan-wook Park - Por isso mesmo que, Bakjwi seja um filme para poucas.
Temos assim o filme adulto, um roteiro que nos instiga a discutir a natureza humana.
Até que ponto que continuamos humanos e em qual ponto nos tornamos demônios?
O quanto podemos controlar nossos desejos?
A resposta é uma mistura de suspense, humor negro, drama, romance e muita loucura. Mostrando-nos uma sublime brutalização do vampiro, Chan-Wook nos concede sua visão humanista do vampirismo, um vampiro com sentimentos humanos, um homem com sede de sangue.


terça-feira, 17 de maio de 2011

500 Days of Summer

Br: 500 Dias com Ela

Aproveitando uma noite de insônia e depois de muito divagar resolvi escrever sobre algum filme carne-de-vaca que mostrasse algo diferente do meu post anterior coberto de testosterona Tarantinesca.
Resolvi então escrever sobre 500 Days of Summer, nome impossível de traduzir pois faz um trocadílio com o nome da protagonista feminina e o fato da palavra significar verão, essa época de extroversão e de felicidade.
Sempre falo que odeio 99% dos filmes romanticos hollywoodianos por serem pobres de roteiro muito cheios de malditos cliches, fazia muito tempo que não via nada de novo no genero e estava decidido a não assistí-los mais. Talvez por isso 500 dias foi tão marcante pra mim pois mostrou que o genero não é ruim, só é mal aproveitado no cenário mundial por ser mais lucrativo fazer filmes que adolescentes molhadas vão gritar "- Vai Edward."
É um filme romântico sem idealizar a realidade, contada de forma não linear com cenas aglomeradas por temas, em que um cara bobo que acredita que sua vida só vai ser completa com o encontro da "the one", aquela garota que vai dar significado a toda a existência, se apaixona ndo assim pela linda Summer, que tem um magnetismo pessoal fortíssimo mas não acredita em amor nem quer ter nada sério com ele.
Durante esses 500 dias percorremos os altos e baixos do casal e do amadurecimento pessoal do personagem, o fim e a reconstrução da vida dele.
A musica também é outro ponto forte do filme e notei que a letra sempre expressa o que o protagonista está pensando.
Ao alugar esse filme assisti ele varias vezes durante a semana com a maior parte dos meus amigos para ver a reação deles e para discutir sobre o que acharam sobre o filme. A reação que mais me surpreedeu foi a da Kalyua que chorou copiosamente ouvindo a primeira música do filme e de forma geral os homens lembraram de seu passado quando fizeram as mesmas besteira que o protagonista e mergulharam de cabeça demais em uma relação e pagaram por isso.
Outro ponto de longas discusões foi sobre se o fim era feliz ou não. Minha opinião sempre foi que ele poderia ser mais feliz agora que entendia mais como a vida e as relações funcionam e provavelmente seria mais feliz com a Sra. Outono.


domingo, 8 de maio de 2011

07 Lições de vida, by The God Father




Nesse feriado de páscoa, resolvi fazer maratonas de filmes, um deles foi a Trilogia do Poderoso Chefão.
Talvez por ser a 10ª vez que fazia isso, comecei a prestar atenção a detalhes que antes haviam passado despercebidos. Peguei papel e caneta para ir anotando, (sim eu sou fanática a esse ponto) e enumerei:

 07 LIÇÕES DE VIDA, por Vito e Michael Corleone.



01º. Pessoas de Confiança Não São Confiáveis.
Michael sabia que se alguém de absoluta confiança vier com um recado dizendo que deseja marcar um encontro de negócios em algum lugar conhecido, onde você se sentirá seguro, é porque lá você será morto.
O ser humano é traiçoeiro e sempre terá alguém bem próximo a você pra te decepcionar, tudo bem, não leve pro pessoal apenas esteja sempre atento.


02º. Universidades Preparam Bons Assassinos.
Michael Corleone não deveria se envolver nos negócios da família. Ele não queria isso, nem seu pai – se dedicando aos estudos - Porém quando precisou matar um adversário. Sem problemas, o cara pega um 38 e enfia uma bala na cabeça do individuo, entre um gole e outro de vinho.
Mas isso a Al-Quaeda já sabe há décadas!


03º. Relacionamento Complicado é Coisa de Viado.
Michael Corleone está caminhando pelo campo da Sicília, quando uma bela mulher lhe sorri. Meia hora depois ele já a pediu em casamento (para o pai dela), sem ao menos ter dado um “oi”.
No domingo, ele vai almoçar na casa do futuro sogro, leva um colar de presente e descobre que a garota gostou dele porque ela, ao colocar o colar, passa a mão no mesmo e sorri.
Mais tarde já estão casados e viveriam felizes para sempre, (se não fosse o fato dela ter explodido dentro de um carro anos depois). Ou seja discutir relação é coisa de mulherzinha.


04º. Não Leve as Mulheres Muito á Sério.*
Sei que soa machismos, mas como mulher, posso dizer com conhecimento de causa: Toda mulher deseja um homem provedor que a ame e proteja. O resto é balela. Não leve á sério nada que sua esposa fale além disso.
E isso os homens da família Corleone sabem bem, tanto é que nos filmes não há personagens femininos, eles são tão sem importância para a história que poderia ser contada sem elas.
Duvida?
Qual o nome da mulher de Don Corleone?
Não lembra?
Eu respondo: não sei, não lembro o nome de nenhuma das personagens femininas, simplesmente porque não têm relevância nenhuma.


05º Cunhados Não São da Família.
Aquele cunhado que batia na mulher revela-se um traidor da família a certa altura da história, consequentemente um problema para a família. Solução: Basta uma corda de piano na garganta que não há nada mais com que se preocupar.
Sempre ouvi dizer que cunhado não é parente, não é mesmo!
- Você matou o Carlo? – Pergunta a mulher de Michael (a que não explodiu)
- Não. – Responde ele, com a maior cara lavada.


06º. A Corrupção Começa No Alto.
Michael Corleone tinha um sonho, herdado de seu pai, de legalizar os negócios da família. Acontece que quanto mais alto, na escala social, ele alcançava achando que dessa vez estaria lidando com pessoas “descentes” - até pra igreja ele apela! - mais corrupção encontrava.
Se ao menos Michael conhecesse José Padilha...


07º. Uma Família Unida É O Maior Bem Que Um Ser Humano Pode Ter.
Basta assistir a morte de Dom Corleone sozinho no meio de seu pomar, em sua casa, pra entender o que estou dizendo.



* P.s.: Se você é mulher e esta “indignada” por me ver falar assim, sugiro que reflita sobre o que ganhou com o feminismo. Se mesmo assim ainda achar que estou errada me mande um email com seus argumentos que terei o maior prazer em responder rs!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Death Proof


(A Prova de Morte ou Mulheres Porradeiras para a Kalyua)

Queria começar em grande estilo por isso escolhi o filme mais carne-de-vaca possível. Depois de MUITO conjecturar decidi pelo filme mais testosterona do Quentin Tarantino, Death Proof por dois motivos:
1. O primeiro é a minha reação na primeira vez que assisti, devo explicar que assisti na companhia da Kalyua e mais outros admiradores do Diretor. Nas cenas de violência mais explícita nós todos ficamos... alegres...
Não quero dizer q gosto de filmes só pelo fato de ser violento, odiei o ultimo Rambo, me deu sono simplismente por pensar: "Ah, mais um inimigo morto, peraí, o que vai acontecer com o próximo... morto, e o proximo... morto, e mais um... morto com sua garganta arrancada com as mãos nuas...
zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
2. Assisti com minha prima de 10 ano! E ela gostou!!!!!
Nunca achei que minha priminha bobinha ia gostar de um filme como aquele, apesar dela não ter entendido metade dos jogos de palavras nem as duplas intenções ela se divertiu muito com as cenas de perseguição.

Isso posto vamos a critica...
Quentin FUCKING Tarantino em sua melhor forma.

ponto

Homenagem a filmes dos anos 70 e 80, com carros velozes, vilão mal encarado, mulheres gostozas e vingativas. Tem todos os elemetos tarantinescos como conversas longas, cheias de segundas intenções e duplos sentidos, um pouco de violência, muitas referências a filmes B que eu realmente conheço muito pouco.
O diferencial desse filme são as já citadas perseguições de carro que duram um terço do filme mas pelo alto nível de adrenalina parece durar 1 minuto. Pra mim esse é o maior mérito do Tarantino, transformar algo que parece batido e sem graça como filmes de perseguição de carros em algo emocionante mesmo pra quem não gosta dos filmes que ele tanto admira.
Não vou me prolongar mais porque fica feio pra mim ficar babando tanto o ovo dele.


sexta-feira, 29 de abril de 2011

The Runaways



(Br: The Runaways – Garotas do Rock)


É um filme bom, bem bom. Faz uma reconstituição aparentemente muito fiel, dos poucos anos que durou a banda The Runaways, (1975 e 1979)
Quem mesmo?
Pois é. Este é o problema. A não ser para os seus fãs, e tirando o fato de que foi a primeira banda de rock formada apenas por mulheres (cinco garotas), The Runaways, que eu saiba, não tem qualquer importância na história do rock.
E a história da banda, a rigor, não tem lá grande interesse. Sexo, drogas & rock’n’roll, a mesma história de sempre: banda de sucesso instantâneo regada a muita, muita, droga e o fim da banda.
Eu nunca tinha ouvido falar em Cherie Currie, antes desse filme.
Tá bom, Joan Jett eu já tinha ouvido falar, claro! E não me parecia nada de mais; não chega a ser uma Chrissie Hynde (Pretenders), mas já tinha ouvido essa nome em algum lugar...
Ou o mundo está cheio de fãs de Joan Jett, ou sou eu que estou absolutamente por fora?
Parece que o problema é meu mesmo. Dando uma “goolgada” encontrei várias referencias a banda. The Runaways que foi a primeira banda só de mulheres a deixar uma impressão substancial no público por tocar um rock & roll alto, “puro”, à base de guitarras. Ok! Valeu garotas!

É preciso dizer que esta é uma filmobiografia autorizada.O interessante é que o fato de ser uma biografia autorizada, não fez do filme uma versão pasteurizada do que de fato aconteceu. Mesmo porque, se o muito sexo, muita drogas & rock’n’roll fossem tirados do roteiro, não sobraria história.
No fim é apenas um filme bom, bem bom.

Agrande contribuição da banda foi mesmo ter produzido um filme pra me mostra que  Kristen Stewart é uma boa atriz , é o texto de crepusculo que estraga tudo! Alem de ensinar o que é viver alucinadamente com Dakota Fanning, ex-atriz mirim que desde criança contracena com gênios da dramaturgia e continua excelente. Chupa essa Cherie Currie!


Eternal Sunshine of the Spotless Mind


(Br: Brilho eterno de uma mente sem lembranças)

“Feliz é a inocente vestal
Esquecendo-se do mundo e sendo por ele esquecida
Brilho eterno de uma mente sem lembranças
Toda prece é ouvida, toda graça se alcança”.

(Eloisa to Abelard - Alexander Pope)



Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças (ou Brilho Eterno para os íntimos), foge completamente dos filmes, que classifico como, Hollywoodianos. Também pudera o roteiro é de nada mais nada menos que de Kaufman, a mente mais insana, depois de Tarantino, que eu conheço!
O roteiro deslancha quando Joel (Jim Carrey) descobre que Clementine (Kate Winslet), sua ex-namorada, submeteu-se a um tratamento experimental para apagar da sua memória os momentos em que viveu ao seu lado. Ele, sentindo-se agredido, resolve fazer o mesmo. Porém, desiste de esquecê-la, ao tomar consciência de que a apagando de sua memória, apagará também uma parte de si mesmo. - Por isso a citação do poema acima, referenciado até no nome do filme - É então que se inicia uma saga dentro da mente de Joel para salvar Clementine do esquecimento, escondendo-a em momentos de sua vida em que ela não esteve. Como sua infância, por exemplo.

O poema de Pope (que parece ser uma epopéia de tão grande!) remete à idéia de que a única maneira de ser feliz é esquecer-se e tornar-se esquecido, pois somente na ausência de qualquer lembrança existe toda a graça. Falando de mentes imaculadas, corações resguardados, sentimentos ingênuos, os quais não são assombrados por sofrimentos de lembranças do que um dia foi e nunca mais será.
E esse gênio dos roteiros, consegue exprimir perfeitamente esse comportamento prepotente do ser humano, que é tentar recriar a própria memória para evitar a dor das lembranças.
Brilho Eterno de uma mente sem Lembranças, foi durante muito tempo meu filme favorito, justamente por isso: prepotência juvenil traduzida como imaturidade! Por que crescer dói pra burro! E ninguém quer sentir dor nenhuma, nem que para isso tenha que usar de subterfúgios fraudulentos rs!

Apesar da máxima “abençoados os que esquecem” – baseada em uma frase de Nietzsche – Sabemos que não há como abafar os ecos das relações ou circunstâncias que um dia vivemos. Santo Agostinho (sabendo disso) “A casa da alma é a memória.” Santa inspiração! Só hoje entendo o que Kaufman quis falar nesse filme e pode até soar como trocadinho, mas é a mais pura verdade, Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças tornou-se para mim, uma lembrança de mim mesma.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

INCEPTION



Inception (br: A Origem)

Fui assistir Inception, com o pé atrás, afinal é do mesmo diretor de Batman – O Cavaleiro das Trevas (Christopher Nolan), filme que não aprecio muito por convicções políticas-idealistas-utópicas etc... contrárias.

Mas eis que...
Woow! Que filme é esse!
Que consegue levar a questão dos sonhos em um nível, ainda não explorados pelos roteiristas hollywoodianos e ainda fazer sucesso.
Matrix é um exemplo de filmes que levou esse conceito de “filme metavida” ao sucesso. O problema é que até hoje não consigo gostar de nenhum da trilogia :( 
Inception, porém conseguiu acertar em cheio meu coração por dar mais naturalidade a todas essas maluquices proferidas pelo gênero cyberpunk futurista que existe na literatura dos anos 80 (inspiração pra todos esses filmes) ao colocar um pouco de drama de romantismo no roteiro.
Alguns podem não gostar, tudo bem gosto é gosto, só não vai sair das salas de cinema, depois de dormir durante todo o filme (em fase de sono REM), dizendo: “Não gostei não! Filme louco sem pé nem cabeça!”.
A essas pessoas meu total desprezo ;P Fala com o Batman!
Inception não é um filme fácil, mas também não é um filme cabeça, vai!
O maior acerto de Christopher Nolan foi evitar ficar explicando demais os elementos do filme, apostando na inteligência da platéia, mesmo diante da sua, digamos, complexidade.
Mas e aí, tu que entendeu o filme, afinal, o pião gira ou não gira no fim? (teve quem me perguntasse.)
Pessoas isso foi feito para gerar mil e uma discussões. O final é aberto, nenhum dos dois é errado e tampouco correto.
Imaginem!?!
Pensem!?!
Só não viaja muito tá! Têm gente que anda de skate na maionese.
Li uma crítica que chega a ser meio engraçada, pois dizia que esse filme seria plágio de vários filmes, de "Blade Runner" (1982) a "2001 - Uma Odisséia no Espaço" (1968) passando até por um quadrinho do Tio Patinhas de 2002.
Outra dizia que Inception é o “sonho molhado de Carl Jung”.
Pelo pouquíssimo que entendo de psicologia, faz sentido, pois talismãs, símbolos, consciente, inconsciente, subconsciente, consciência coletiva, memórias, arquétipos
etc ... Estão por todo o filme. Mas como eu só li um livreto de Jung na vida. Deixo o Vitor (um quase psicólogo) discorrer sobre o assunto.


P.s.: Eu tenho o hábito de escrever meus sonhos. E tenho o sonho de ainda fazer um filme com eles!

P.ss.: Segue uns infográfico legais sobre o filme que achei na internet





sexta-feira, 15 de abril de 2011

Stallone Cobra




No fim de semana passado assisti ao clássico Stallone Cobra, não sei como ainda não tinha visto essa pérola do cinema de ação.
Sem dúvida é um dos melhores que já assisti, simplesmente não tem comparação, a cena do começo do filme que se passa em um supermercado, já humilha metade do cinema de ação. Porque filme de ação bom, é assim: um homem armado até os dentes, fazendo cara de mal enquanto mata mais de 50 bandidos por minuto e ainda tira onda com frases de efeito.E isso Stallone Cobra têm de melhor, afinal nada como chamar um bandido de cocô e depois dar uns tiros nele!


"Cretino..
você adora dar tiro... eu odeio gente assim..
você é um imaturo...
Você é um coco e eu vou matar você!"


“Vai fundo.
Eu não faço compra aqui.”
 (quando o assaltante ameaça explodir o supermercado)

 “Eu não ligo pros enlatados nem pras hortaliças, mas se você encostar um dedo sequer nos peixes eu mato você.
Seu doente.”

“Alás, se você tocar nas carnes vermelhas, eu também mato você.
Se pensar em tocar em algo, eu mato você.
Se respirar, eu mato você.
Cara, hoje não é seu dia de sorte.”

 “Sabe qual é o seu problema?
Você é muito violento.
Devem ser esses chicletes, esses sanduíches brabos que você come.
Come ameixa, que é uma coisa natural, come uva, passa...
Não gosta de peixe? Peixe é bom!”( ao colega de profissão, sim Cobra é um policial)

 “Eu queria ter um nome de durão.
Alguma coisa que me impusesse mais respeito como...
Alice...”

“Diga isso à família dele
(ao ser repreendido sobre porque matou o assaltante, cobra simplesmente levanta o lençol de um corpo dos reféns e fala essa frase)

“Com louco eu não negocio.
Eu mato.”



“Você é uma doença.
Eu sou a cura.”
(alguns podem achar essa frase nazista, e é mesmo! Mas dita por Cobra faz todo sentido)

"Aqui é onde a lei termina e eu começo."
(ao criminoso quando lembrado, pelo mesmo, que conforme a Lei Cobra têm que prende-lo e não matá-lo)





sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Meus 26*

01º The Lion King - (br: Rei Leão).

Essa lembrança, talvez, seja a primeira. Por isso encabeça a lista. Minha relação com o cinema começou bem cedo, por causa do meu pai, um profundo admirador da sétima arte, que me levava desde muito pequena ás salas de cinemas. Pra se ter uma idéia de como cresci assistindo filmes, lembro que aprendi a ler, com as legendas dos filmes!
Lembro até hoje de quando meu pai me levou ao cinema pra assistir Rei Leão, na época o Cine Super K era na Av.Major Wiliams, e como a pilantragem do cinema vem de longa data, a bilheteria vendeu mais ingressos que a lotação das salas, um verdadeiro over bulk! Ocasionando uma confusão enorme nas salas super-lotadas de crianças chorando para verem o filme e os pais brigando com o gerente do cinema. Tudo isso com o filme rolando na tela... Foi quando olhei pro meu pai e ele de fininho me pegou no colo e achando um lugar “reservado” sentou no chão comigo e assistimos a mais emocionante história de pai e filho que eu já tinha visto.


* Meus 26. Dia dois completei 26 anos, com cara de 15, hehe. E pra eu comemorar elejo os 26 filmes que de alguma forma marcaram a minha vida.-Vou citá-los ao poucos em ordem cronológica.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Mary and Max


Profundo e divertido, engraçado e trágico, este filme surge com um novo conceito de animação para adultos. Muito diferente dos filmes da Disney, Pixar ou Drem Works.
Mary and Max é uma animação única, totalmente singular. Não lembro de ter assistido antes, a um filme desse gênero que me mostrasse tão bem os detalhes cômicos e trágicos da vida de uma criança e de um adulto, assim, tão sincero e verdadeiro. Sem  clichês.
Talvez apenas Persepolis, outra animação incrível, equilibrasse de forma tão honesta e  poética os elementos da complexidade de uma vida. Nossa! Como estou filósofa! É que esse filme realmente mexeu comigo. A começar pela forma em que assisti, com minha avó, e emocionou á nós duas tá!
Mas como um filme de animação em stop-motion consegue conquistar avó e neta?
Simples. Explorando o mais universal desejo do ser humano: O de aceitação e amor. Não importando o quão diferentes somos. Aceitação esta, que só uma amizade honesta pode nós proporcionar.
Como uma garota australiana e solitária que sofre com a ausência do pai e com o alcoolismo da mãe, escolhe aleatoriamente um nome em uma lista telefônica e por coincidência ou conspiração cósmica conhece, através da troca de cartas, Max, um senhor solitário, que sofre Síndrome de Asperger e possui um estilo de vida anti-social, assim como o dela. Pode nascer uma amizade?
Num roteiro alicerçado numa veia cômica e inusitada que, algumas vezes, beira o infame. Por isso mesmo ele é dirigido ao público adulto. Não que as crianças não possam assistir a este filme, mas elas dificilmente conseguirão entender toda a gama de ironias da história.
Por exemplo, qualquer criança se pergunta “de onde surgem os bebês”. Mary e Max trocam informações a respeito com explicações absurdas que receberam de seus próprios pais. Na versão de Mary, os bebês na Austrália são “achados em copos de cerveja”. Na de Max, os bebês da América vem de “ovos colocados por rabinos” (ou por freiras católicas, ou por prostitutas sujas e solitárias).
Têm que admitir que estas explicações são geniais e que, evidentemente, tem seu fundamento/origem nas respectivas origens e hábitos na cultura em que estão inseridos.
Enquanto os adultos um pouquinho informados podem ligar uma “coisa na outra” e fazer suas próprias conclusões, dificilmente uma criança terá essa mesma leitura.

Uma animação que trata da vida mesmo, sem frescuras, sem censuras, sem meias-palavras. Belíssimo, honesto, emocionante, poético, filosófico. Fiquei fã do diretor e, certamente, estarei atenta a todo e qualquer trabalho que ele fizer no futuro.

Pesquisando sobre o filme encontrei um emocionante desabafo do diretor Adam Elliot, e julgando ser de extrema relevância, para compreensão dessa obra divido neste blog:

Muitas pessoas dizem que se sentem muitas vezes diferente; que não sentem que se encaixam. Eu sou uma destas pessoas. Mesmo com todo o sucesso, reconhecimento e aceitação que eu obtive com os meus filmes, eu muitas vezes ainda me sinto sozinho e sem sintonizar-me com o resto do mundo. Muitas vezes eu me sinto triste, perseguido e com dúvidas sobre as coisas, eu acho o mundo tantas vezes injusto. Eu realmente sinto empatia com os perdidos e os ignorados, marginalizados e melancólicos. Eu sou atraído por estas pessoas e suas histórias, mas não posso ajudá-los. Eu acho as pessoas tão fascinantes, a partir do normal para o verdadeiramente ímpar. Estas são as pessoas que eu respeito; estas são as pessoas cujas histórias eu quero ouvir e quer ver na tela grande.”

 Adam Elliot tem a consciência de como seu trabalho pode afetar a vida das pessoas para o bem, fazendo a diferença em seu cotidiano. No mesmo material de divulgação, depois de afirmar que tem plena consciência do efeito dos seus filmes na vida das pessoas, o diretor continua dizendo:

Costumo dizer que, se eu pudesse, gostaria de fazer meus filmes gratuitamente. Nenhuma quantidade de dinheiro jamais poderia comprar a sensação de estar com uma audiência assistindo algo para o qual você tenha dado o seu coração e alma, sabendo que isto não é apenas entretenimento para eles, mas que também os vai nutrir e mover”.

Que homem maravilhoso, não? Dá pra entender por que virei fã dele né!
Há! espero que ninguém se sinta meio frustrado ou triste com o final do filme.Pois eu, além de não gostar. Penso que um “final feliz”  a la Hollywood fugiria totalmente de boa parte da realidade. Quantas histórias não existem, por aí, de pessoas que, por muito pouco, não conseguiram se encontrar? Então paciência, porque Mary e Max vivenciaram uma relação única e bela, eterna enquanto ela durou. E isso, meu bem, é tudo o que alguém pode querer, levando em conta a nossa finitude. Já dizia Sênca:

“Deve-se aprender a viver pro toda a vida e, pro mais que tu talvez te espantes, a vida toda é um aprender a morrer”


terça-feira, 25 de janeiro de 2011

ZOMBIELAND

Um filme pipoca que com certeza vai ficar na minha memória no quesito: “filmes descompromissados”.  Que nunca se leva a sério.
Com humor negro, fantásticas seqüências sanguinárias com requintes de crueldade a parte. Tudo muito sádico. Não recomendo aos menores, pois as cenas com zumbis são fortes pra molecada que nasceu nos anos 90 e 00, ao demais aposto que vocês já viram coisa muito pior na sessão da tarde.
Diante do filme-de-zumbi, gênero bastante revisitado e conseqüentemente desgastado depois de A Noite dos Mortos-Vivos de 1968, Zombieland possui uma narrativa que se assemelha aos videogames com enredo que nunca desvia a atenção principal: MATAR ZUMBIS! A seqüência no parque de diversão é, pra mim, o ponto máximo. Como gostaria de ter um joystique nas mãos...
Contudo, tomo a liberdade de expressar minha opinião e dizer que Zombieland não nasceu de um videogame, mas poderia ter sido. Portando argumentos do tipo:
 “O filme tem um rítimo até bacana, mas se perde as vezes na repetitiva tarefa de detonar zumbis.”
Me fazem perguntar se essa pessoa assistiu ao mesmo filme que eu.
Pessoas! Zombieland é uma comédia de humor negro pura e simples, cujo único objetivo é fazer rir tirando sarro dos clichês do gênero.
O que me fez gostar ainda mais do longa, pois me fez lembrar da primeira vez em que joguei uma partida de RPG, em que a história era justamente essa: clichês de filmes de terror. Logo minha identificação com o protagonista Columbus foi imediata, afinal quem nunca elaborou suas próprias regras de sobrevivência em caso de infestação mundial por zumbis, que levante a mão. E olha que eu nem sou uma aficcionada por filmes de zumbis assim... E a idéia de jogar banco imobiliário com dinheiro de verdade e quebrar uma loja inteira de bugigangas de vidro me é mui convidativa também.

Não ficarei aqui, falando de atores ficha técnica e coisas do gênero dando uma de pesudo-cinéfila porque não sou e por não saber nada mesmo... Entretanto Abigail Breslin ( a eterna “Pequena Miss Sunshine”) continua muitíssimo fofa e boa atriz e  Bill Murray é impagável como “Bill Murray” maquiado como um monstro para que os zumbis o deixem em paz . E a piadinha sobre seu papel em Garfield é ótima, para quem tem sua cota de humor negro. E sangue,… muito sangue.
 Mas não é só de muito liquido vermelho que o enredo vive. Como toda garota romântica que sou, não pude deixar de enxergar a mensagem fofa e singela por trás do personagem principal Columbus, que inserido nessa nova realidade de zumbis, que domina melhor do que a sua própria vida, graças as infindáveis horas jogando no computador (afinal onde você acha que ele tirou sua checklist!) ainda encontra tempo pra perseguir seu sonho: Quer uma garota para afagar os cabelos e dar o ombro pra ela deitar como nos filmes mais românticos. Ah! O amor!
Afinal, dane-se a sociedade, a grande catástrofe de Zombieland é a de um garoto buscando o amor em meio a um mundo consumido por zumbis.